11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

MORCEGOS DE UMA ESTAÇAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO NA CIDADE DE GOIANIA, GOIAS

Resumo:

Estações de tratamento de esgoto (ETEs) são áreas propícias ao estabelecimento de morcegos devido a abundância de recursos alimentares. A ETE Dr. Hélio de Seixo Britto (16°37’49.58” S; 49°15’42.18” W), localizada na cidade de Goiânia – GO possui uma área total de 456m², o entorno é coberto por área verde e margeada pelo Rio Meia Ponte. O objetivo deste trabalho foi avaliar a diversidade de morcegos presente na ETE Dr. Hélio de Seixo Britto, durante o início e o final da estação chuvosa, a fim de identificar quais espécies vivem no local para planejar estudos futuros de monitoramento nessa área. Os morcegos foram capturados no início (Outubro de 2021) e fim (Março de 2022) do período chuvoso, com auxílio de redes de neblina em quatro pontos na área de estudo (P1 Mata Ciliar; P2 Floresta Plantada; P3 Cerradão; P4 Vereda), totalizando 5.475m²/h. Após a captura, os morcegos foram identificados até o último nível taxonômico. No total, foram capturados 73 morcegos pertencentes a oito espécies de duas famílias, Phyllostomidae e Mollosidae. Contudo, o esforço amostral de oito noites de coleta estimou 10 espécies para a área estudada. No início da estação chuvosa, 61 morcegos foram coletados das seguintes espécies: Artibeus planirostris (19; 31,15%), Artibeus lituratus (18; 29,51%), Glossophaga soricina (11; 18,03%), Carollia perspicillata (8; 13,11%), Molossops temminckii (2; 3,28%), Platyrrhinus lineatus (2; 3,28%), Stunira lilium (1; 1,64%). O índice de Shannon-Weaver para este período foi H`= 1,59. Já no final da estação chuvosa as espécies coletadas foram A. planirostris (4; 33,33%), M. temminckii (2; 16,67%), C. perspicillata (2; 16,67%), A. lituratus (1; 8,33%), G. soricina (1; 8,33%), P. lineatus (1; 8,33%), P. discolor (1; 8,33%), totalizando 12 morcegos, e diversidade de H`= 1,79. Apesar da pequena diferença entre a diversidade de morcegos, houve uma diferença significativa em relação a composição de animais, em consideração a abundância e a riqueza de espécies, nos dois períodos (U = 9; p = 0,0476). Essa diferença pode ser explicada pelo fato de o período de início da estação chuvosa coincidir com o começo do período de reprodução dos morcegos. O índice de similaridade de Bray-Curtis foi aplicado para explicar a distribuição das espécies na ETE e os resultados demostraram que os pontos P2 e P4 são aproximadamente 67,5% similares, explicado pelo tipo de vegetação, pela aproximação com atividades humanas e pela proximidade dos pontos, já o P1 é um ponto com vegetação semelhante a P2 e P4, porém é mais afastado do contato humano e da claridade, foi o ponto com maior diversidade de espécies. O P3 é o ponto que mais difere dos demais, por ser um local mais aberto com vegetação espaçada, onde mais houve coleta de insetívoros. Concluímos que a diversidade de morcegos da ETE é grande e que mais estudos de diversidade de quirópteros em estações de tratamento de esgoto são necessários para entender a adaptação a esses locais, o impacto e os riscos que esses animais estão expostos.
Palavras-chave: Quirópteros, diversidade

Financiamento:

CNPq

Área

Inventário de espécies

Autores

Renata Maria Pereira Freitas, Marcelino Benvindo-Souza, Daiany Folador Sotero, Alice Tâmara Carvalho Lopes, Daniela Melo Silva