Dados do Trabalho

Título:

QUIROPTEROFAUNA (MAMMALIA: CHIROPTERA) DO PIAUI E MARANHAO: RIQUEZA E DISTRIBUIÇAO

Resumo:

O Brasil é o país de maior biodiversidade da América do Sul, abrigando uma das maiores riquezas de espécies de mamíferos do mundo. Atualmente os morcegos representam no Brasil a segunda maior ordem em diversidade de espécies com 181 registros. Para a região Nordeste foram listadas mais de 130 espécies de acordo com a última compilação, cerca de 71% das espécies do país. O Piauí e Maranhão são dois estados dessa região e representam uma importante área para estudos de biologia, ecologia e biogeografia, levando em consideração a rica diversidade de paisagens e tendência a alta diversidade biológica, embora que ainda sejam pouco amostrados. Levando em consideração que ambos os estados necessitam de informações mais sólidas a respeito da sua quiropterofauna este trabalho tem como objetivo documentar a riqueza e distribuição de espécies de Chiroptera para estes dois estados. Os levantamentos de dados foram feitos com base em registros bibliográficos que incluíram trabalhos como artigos, livros e capítulos de livros, teses, monografias e dissertações, além da busca de registros em bases de dados on-line como o SiBBr, Global Biodiversity Information Facility – GBIF e SpeciesLink. Como resultado foram revisadas 97 referências bibliográficas com registros para o Piauí e Maranhão, a fim de compilar quais espécies de morcegos foram registradas e a distribuição destas dentro dos estados foco. Foram compiladas 111 espécies distribuídas em 54 gêneros das famílias Emballonuridae, Furipteridae, Mormoopidae, Molossidae, Noctilionidae, Natalidae, Phyllostomidae, Thyropteridae e Vespertilionidae entre os biomas Cerrado, Caatinga e Amazônia maranhense. As espécies com maior ocorrência em termos de municípios foram Carollia perspicillata (42 municípios), Glossophaga soricina e Artibeus planirostris (27), Desmodus rotundus (25), Phyllostomus hastatus (24), Artibeus lituratus (22), Sturnira lilium (20), Artibeus cinereus (18) e Phyllostomus discolor (16). As espécies mais raras quanto à ocorrência entre os municípios foram Artibeus bogotensis, Cormura brevirostris, Choeroniscus minor, Eumops auripendulus, Eptesicus diminutus, Eumops bonariensis, Histiotus diaphanopterus, Peropteryx kappleri, Platyrrhinus incarum, Rhogeessa hussoni, Rhinophylla fischerae, Thyroptera tricolor, Vampyriscus bidens, V. brocki, Vampyrodes caraccioli. Dentre as espécies endêmicas dos biomas que abrangem os estados do Piauí e Maranhão foram registradas Lonchophylla dekeyseri, Micronycteris sanborni e Glyphonycteris daviesi. Quanto ao estado de conservação das espécies registradas Lonchophylla dekeyseri foi classificada como ameaçada de extinção. E Lonchophylla mordax, Vampyrum spectrum e Natalus macrourus estão listadas como quase ameaçadas de extinção. Esses resultados representam uma diversidade de pelo menos 61% das espécies conhecidas para o Brasil e 85% da riqueza de espécies da região nordeste, mostrando que estes estados apresentam uma fauna relativamente rica em números de espécies, porém, vale ainda ressaltar que existem muitas lacunas e carência de trabalhos uma vez que muitos municípios foram pouco ou nada amostrados. Dessa forma, foi organizada uma base de dados de espécies de morcegos com distribuição para o Piauí e Maranhão, que deve ser atualizada à medida que mais trabalhados forem sendo realizados, visto que ainda existem muitas lacunas de conhecimento.
Palavras-chave: Morcegos; Checklist; Cerrado; Caatinga; Amazônia maranhense.

Financiamento:

Área

Inventário de espécies