11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

Inventário preliminar de pequenos mamíferos em remanescente de Mata Atlântica do Centro de Endemismo Pernambuco, inserido em cultivo de eucalipto, no estado de Alagoas.

Resumo:

A Mata Atlântica é o terceiro maior bioma do Brasil que hoje conta com apenas 12,4% de cobertura nativa, sendo um dos biomas mais afetados pela destruição e fragmentação de habitat. Apesar disso, é um hotspot que na região nordeste do país abriga o Centro de Endemismo Pernambuco, local com alto grau de endemismo e riqueza de espécies, podendo ser encontradas cerca de 160 espécies de didelfídeos, roedores e quirópteros. O presente estudo tem como objetivo inventariar as espécies de pequenos mamíferos (Didelphimorphia, Rodentia e Chiroptera) da Fazenda Riachão (SELA) em ambientes de eucalipto, borda de mata e interior de mata. A fazenda (-9°23'40.84"S, -35°43'40.46"O) está localizada nos municípios de Maceió e Flexeiras, estado de Alagoas, e tem cerca de 728 h com lotes de plantação de eucalipto, resquícios de cultivo de cana-de-açúcar e remanescente Mata Atlântica, a Serra da Saudinha, com 392 h de Floresta Estacional Semidecidual, com forte pressão de caça. São amostrados três habitats, sendo um na área de eucalipto, um na borda e outro no interior da mata. Para amostragem de quirópteros, foram feitas três campanhas (outubro a dezembro de 2021) com duas noites para cada habitat, com quatro redes de neblina (12x3m) armadas de 17:30h a 23:30h e vistoriadas a cada 30 minutos, totalizando um esforço amostral de 1.728 m2.h por habitat (5.184 m2.h no total). Para os roedores e marsupiais, três campanhas de quatro noites foram realizadas para todos os habitats com três tipos de armadilhas: pitfall traps (40 por habitat, dispostos em 10 conjuntos em Y), armadilhas do tipo Sherman (32 por habitat) e Tomahawk (16 por habitat) totalizando o esforço amostral de 864 armadilhas/noite no total. Foram capturadas 12 espécies pertencentes a três Famílias, sendo quatro da Ordem Chiroptera, oito da Ordem Didelphimorphia e duas da Ordem Rodentia. Para Chiroptera, foram capturados 72 espécimes da Família Phyllostomidae; Para Didelphimorphia foram capturados 19 espécimes da Família Didelphidae, e para Rodentia dois espécimes da Família Cricetidae. Os ambientes de mata e borda apresentaram maior riqueza de espécies (quatro cada). As ordens Didelphimorphia e Chiroptera foram as mais registradas, sendo Carollia perspicillata a espécie mais abundante (86,30%) para quirópteros. A dominância da Família Phyllostomidae já era esperada, pois o método de amostragem utilizado é eficaz para capturar morcegos da família. Para os didelfídeos, Marmosa (Micoureus) demerarae (33,33%), Monodelphis domestica (23,80%) e Metachirus myosurus (14,28%) foram as mais abundantes. Apesar da incompletude do estudo, já se observa uma riqueza considerável de espécies, além de serem apresentadas composições diferentes para cada ambiente amostrado, estudos abordando a diversidade em remanescentes do PEC limítrofes com monocultura de eucalipto são raros. Apostamos na continuidade de estudos na região, inclusive ecológicos, para ampliação dos conhecimentos sobre esta dinâmica e subsidiando estratégias de conservação.

Palavras chave: Didelphidae; Rodentia; Chiroptera, riqueza; Fragmentação; CEP; Nordeste.

Financiamento:

Área

Inventário de espécies

Autores

Pamela Oliveira Lima, Ana Beatriz Melo, Natália Luiza Macedo, Lucas Augusto Santos Silva, Ana Ludmilla Costa-Pinto