11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

MASTOFAUNA DA ESTAÇAO ECOLOGICA DE MURICI, CENTRO DE ENDEMISMO PERNAMBUCO, ESTADO DE ALAGOAS.

Resumo:

A Mata Atlântica caracteriza-se como um dos maiores hotspots de biodiversidade do mundo, possuindo diversas espécies de animais e plantas. Por todo bioma, são encontradas mais de 300 espécies de mamíferos. Este grupo de animais é de grande importância para a manutenção da floresta, sendo responsável pelo equilíbrio de outras espécies e pela dispersão de sementes, dentre outras funções. O presente trabalho teve como objetivo inventariar os mamíferos de pequeno, médio e grande porte, incluindo os voadores, da ESEC de Murici, um remanescente de grande importância dentro do CEP. A Estação Ecológica de Murici (ESEC Murici, 9º11’05”–9º16’48”S; 35º45’20”-35º55’12”O) é classificada como Floresta Ombrófila Aberta e está no Centro de Endemismo Pernambuco, nos municípios de Flexeiras, Murici e Branquinha, no estado de Alagoas, possui 6.116 ha e um alto grau de endemismo em suas espécies de fauna e flora, sendo uma área de grande importância para a biodiversidade do nordeste do Brasil. A região vem sofrendo forte degradação devido ao uso de suas paisagens para criação de pasto, além de atividade intensa da caça, sendo os mamíferos os principais alvos. Parte dos dados obtidos são de espécimes tombados na coleção de Mamíferos do Museu de História Natural da Universidade Federal de Alagoas (MHN/UFAL), oriundos de campanhas com uso de pitfall trap realizadas em 2012 e 2013. Os demais dados são registros fotográficos observados em buscas ativas, bem como registros com uso de câmera trap. A amostragem com armadilha fotográfica foi feita de forma não sistemática e acidental, em pesquisa para o monitoramento de ninhos de aves, totalizando 15 noites de funcionamento. Foram registradas 41 espécies, distribuídas em 19 Famílias e sete Ordens, sendo a Ordem Rodentia a mais diversa (N=12 spp), seguida de Chiroptera (N=09), Didelphimorphia (N=07), Carnivora (N=07), Cingulata (N=02), Artiodactyla (N=02) e Pilosa (N=02). Dentre as espécies confirmadas, destacamos: os roedores Holochilus oxe, recém descrito e tendo a ESEC como localidade tipo, Coendou prehensilis e C. speratus, ambos endêmicos do CEP; o cingulado Cabassous tatouay, cuja única localidade confirmada em Alagoas é a ESEC de Murici; o procionídeo Potos flavus, que possui poucas populações restantes na Mata Atlântica; além da presença dos felinos Leopardus wiedii e L. pardalis. Das espécies amostradas, duas encontram-se na lista brasileira de espécies ameaçadas, sendo uma Em Perigo (Coendou prehensilis) e uma Vulnerável (Leopardus wiedii). Ressaltamos a importância de estudos de monitoramento na ESEC para aprimoramento do conhecimento dessas espécies e inclusão das mesmas nos planos de ação e manejo para a conservação.

Palavras-chave: inventário; mamíferos; nordeste; CEP.

Financiamento:

Área

Inventário de espécies

Autores

Ana Beatriz Melo, Pamela Oliveira Lima, Natália Luíza Macedo, Janisson Willames Santos, Herminio Alfredo Vilela, Anna Ludmilla Costa-Pinto