Dados do Trabalho

Título:

ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL EM INDIVIDUOS DE ATELES PANISCUS (LINNAEUS, 1758) DO ZOOLOGICO MUNICIPAL DE CURITIBA, PARANA

Resumo:

Ateles paniscus é uma espécie que vive em florestas tropicais ou subtropicais e é considerada sensível a modificações ou ambientes degradados. Este primata é categorizado como vulnerável na lista vermelha mundial, o que evidencia a importância de compreender o seu comportamento, ressaltando a importância do estudo da espécie e principalmente para garantia de seu bem-estar. Desta forma, o presente estudo analisou o comportamento, aplicou enriquecimento ambiental com três indivíduos de A. paniscus cativos (Ramona, Peri e Ceci) do Zoológico Municipal de Curitiba, Paraná e analisou sua eficiência. As observações foram divididas em quatro etapas: habituação, pré-enriquecimento ambiental (pré-EA), enriquecimento ambiental (EA) e pós-enriquecimento ambiental (pós-EA), sendo cada uma delas com 20 horas de duração por animal. Na habituação ocorreu a complementação do repertório comportamental da espécie, utilizando o método ad libitum. Já nas demais etapas, o método utilizado foi o animal-focal, alternando os três indivíduos em sessões de 20 minutos cada. Na etapa de EA ocorreu a aplicação com os três indivíduos cativos, inserindo três tipos diferentes de EA: o alimentar (e.g. alimentos ‘escondidos’ pelo recinto, como por exemplo, castanhas e frutas), o físico (e.g. brinquedos, cordas suspensas e dois balanços) e o EA olfativo (e.g óleos naturais para a percepção olfativa). Cada tipo de EA foi inserido e observado separadamente no recinto, com a finalidade analisar separadamente dua eficácia, sendo 6,6 horas para cada tipo de enriquecimento. Os três indivíduos apresentaram seis categorias comportamentais (alimentação, manutenção, exploração, deslocamento, interação social e repouso), com um total de 28 atos comportamentais. Nesse estudo, a inserção do EA foi aumentou a diversidade dos atos comportamentais dos três indivíduos e para Peri e Ceci, alterou diminuiu significativamente o comportamento estereotipas e não naturais nestes animais. Os diferentes tipos de EA aumentaram comportamentos de exploração nos animais, com exceção do olfativo em Ceci, que aumentou seu comportamento de repouso, talvez por uma preferência a estímulos físicos e interativos, do que os olfativos. Já a fêmea Ramona manteve o comportamento exploratório como o mais significativo em todas as etapas, gerando questionamentos se este animal não apresentou estereotipia aparente, ou não foi afetado significativamente pelos efeitos do cativeiro, ou mesmo se a maior quantidade de exploração seja a evidência de alteração de comportamento. A partir das informações observadas é notável a relevância que o EA traz para o bem-estar dos animais cativos, além de ressaltar que cada animal possui um perfil de resposta diferente do outro e suas particularidades, mesmo sendo da mesma espécie. Assim, ressalta-se da aplicação de outros métodos já existentes e da importância de estudo de novos métodos de análise de estresse em animais. Ademais, o estudo sobre a eficiência do EA é necessário e constante, com destaque para a divulgação tanto de sucessos como insucessos, de modo a fortalecer a área e a troca sobre métodos utilizados, contribuindo com pesquisas ecológicas desses animais e sua conservação.

Financiamento:

Área

Etologia/Bem-estar animal