11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

MORCEGOS DA RESERVA DE USO SUSTENTAVEL DO RIO NEGRO, AMAZONIA CENTRAL, BRASIL

Resumo:

A Amazônia é a maior floresta tropical do planeta e abrange diferentes ecossistemas. Apesar de possuir o maior número de espécies de morcegos, apenas 24% de sua extensão já foi inventariada. Na Amazônia, os ecossistemas de areia branca formam ambientes únicos, caracterizados por solos com pelo menos 85% de areia, com vegetação que varia desde campos abertos dominados por plantas herbáceas (campinas) a florestas altas (campinaranas). Embora apresentem um alto grau de endemismo de espécies, a diversidade de morcegos nesses ambientes é pouco conhecida. Nós inventariamos as espécies de morcegos filostomídeos da Reserva de Uso Sustentável do Rio Negro (RDS Rio Negro), no estado do Amazonas, a fim de contribuir para o conhecimento da distribuição de morcegos amazônicos nas campinas e campinaranas. Nós conduzimos as capturas dos morcegos entre julho e dezembro de 2021 no módulo PPBio da RDS Rio Negro. As amostragens foram realizadas em 20 parcelas, nas trilhas principais do módulo, e próximo a casas dos comunitários. No módulo foram amostradas florestas de terra firme, florestas ripárias, campinaranas e campinas. Nós usamos 8-10 redes de neblina (12x3 m) em cada ponto amostral. As redes permaneceram abertas por 6 horas (entre 1800 e 0000h), totalizando 2.212 horas×rede. Nós capturamos 209 indivíduos de 29 espécies da família Phyllostomidae. A espécie com maior número de capturas foi Carollia perspicillata (n = 159), seguida por Rhinnophylla pumilio (n = 64). Capturamos 13 espécies nas parcelas de campina, que pertencem predominantemente às subfamílias Carolliinae (44.93%), Rhinophyllinae (27.54%) e Stenodermatinae (15.94%). Nas parcelas de campinarana capturamos 11 espécies distribuídas principalmente nas subfamílias Phyllostominae (34.33%), Carolliinae (31.34%) e Rhinophyllinae (23.88%). Na floresta ombrófila e parcelas ripárias, capturamos 23 espécies, predominantemente das subfamílias Carolliinae (40.74%), Phyllostominae (19.26%) e Stenodermatinae (19.26%). Nas áreas próximas de habitações humanas, capturamos 11 espécies, em que a subfamília Carolliinae representou cerca de 75% do total de capturas. Os estudos publicados até o momento em ecossistemas de areia branca com morcegos foram realizados na fronteira entre os estados do Pará e Amapá (25 espécies) e no Brasil e no Parque Nacional do Jaú (14 espécies). Nosso estudo capturou 7 espécies não amostradas em estudos anteriores em ecossistemas de areia branca.

Financiamento:

CNPq/MCTI

Área

Ecologia

Autores

Amanda Araújo Bernardes, Natalia Margarido Kinap, Irineu Norberto Cunha, Ramiro Dario Melinski, Erika Hingst-Zaher, Paulo Estefano Dineli Bobrowiec