11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

REGISTRO DE OCORRENCIA DE ALOUATTA GUARIBA CLAMITANS (CABRERA, 1940) (PRIMATES, ATELIDAE) NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Resumo:

Os primatas neotropicais são suscetíveis ao vírus da febre amarela, sendo os bugios (gênero Alouatta) mais sensíveis, com maiores índices de contaminação e mortalidade. O avanço da febre amarela para o sudeste do Brasil em 2016/2017 causou o declínio populacional de Alouatta guariba clamitans, alertando para o risco de extinções locais. Na literatura, há uma escassez de informações sobre as populações de bugios do estado do Rio de Janeiro, apresentando uma lacuna para esforços de pesquisa e conservação do táxon. O objetivo deste trabalho foi compilar
dados de ocorrência de bugios para o estado e construir uma lista de ocorrência da espécie nas Unidades de Conservação (UCs). Nesse sentido, realizamos um levantamento das UCs do estado do Rio de Janeiro e o registro de ocorrência de bugios nestas áreas através de buscas nas bases de dados do site do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e no site do ICMBio nas seções “Presença em áreas protegidas” e “plano de manejo”, e através de artigos acadêmicos consultados na base de dados “Google Scholar” utilizando como palavras-chave “bugio” “Alouatta”,
“Rio de Janeiro” ou o nome da unidade de conservação de interesse. Não foram consideradas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) nesta análise devido a dificuldade de obter informações. Os bugios apresentaram registro de ocorrência em 28 UCs (48%) e ausência em 17 UCs (29%).11 UCs (19%) não possuem plano de manejo e duas (3%) apresentam plano de manejo sem a lista de espécies. Dentre as UCs com a ocorrência de bugios, 17 (59%) são de Proteção Integral e compreendem os principais remanescentes da Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro, como o Parque Estadual Cunhambebe, Parque Estadual da Ilha Grande, Parque Estadual da Pedra Selada, Parque Estadual da Serra da Tiririca, Parque Estadual do Desengano, Parque Estadual dos Três Picos, Parque Nacional da Serra da Bocaina, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Parque Nacional da Tijuca, Parque Nacional do Itatiaia, Refúgio de Vida Silvestre Estadual da Serra da Estrela, Reserva Biológica de Araras, Reserva Biológica de Poço das Antas, Reserva Biológica do Tinguá, Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul e Reserva Biológica União. Destaca-se o Parque Nacional da Tijuca, onde a espécie foi extinta localmente há mais de 100 anos e a reintrodução teve início em 2015 pelo projeto REFAUNA. Estudos de levantamento e estimativa populacional de primatas são
necessários, pois para diversas unidades de conservação não existem publicações para este grupo taxonômico ou limitam-se à descrição da ocorrência. Considerando o surto de febre amarela, faz-se importante conhecer novas áreas e os tamanhos populacionais para que sejam tomadas medidas de conservação. O estudo fornece informações importantes para o planejamento estratégico de acordo com o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Primatas da Mata Atlântica e da Preguiça- da-coleira da (PAN PPMA).

Palavras-chave: Bugio; Mata Atlântica; Unidades de Conservação.

Financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 (MB) / UERJ Prociência, Capes (PPGEE e PPGMA) e FAPERJ (LG).

Financiamento:

Área

Conservação

Autores

Yasmin Rocha Mattos, Marianne da Silva Bello, Lena Geise