Dados do Trabalho

Título:

Identificação e caracterização genética em espécies do gênero Lophostoma (Chiroptera, Phyllostomidae) de ocorrência no leste do Maranhão

Resumo:

O gênero Lophostoma pertencente à família Phyllostomidae é constituído por sete espécies válidas sendo quatro destas ocorrentes no Brasil: Lophostoma brasiliense Peters, 1866; Lophostoma carrikeri (J. A. Allen, 1910); Lophostoma schulzi (Genoways & Williams, 1980) e Lophostoma. silvicola d’Orbigny, 1836. As espécies apresentam como características morfológicas orelhas grandes e de formato arredondadas, com folha nasal grande e larga, tendo a membrana interfemural mais longa que as patas e cauda curta no meio da membrana. A espécie L. brasiliense difere morfologicamente das outras espécies principalmente por apresentar pequeno porte, com comprimento de antebraço de até 40 mm, já L. silvicola é identificada por seu grande porte, com antebraço medindo até 59 mm. Neste estudo objetivou-se caracterizar por meio de análises moleculares (gene COI), as espécies do gênero Lophostoma de ocorrência no bioma Cerrado maranhense inferindo quanto aos níveis de divergência genética existentes. Para a morfologia, observando as características diagnose, foi constatado em nossa área de estudo a presença de L. brasiliense e L. silvicola, sendo confirmado pelos dados genéticos por meio da identificação utilizando a plataforma BOLDSystems onde os percentuais de similaridade variaram de 98,5 a 98,6% para L. silvicola e 100% para L. brasiliense. Para as análises genéticas foram utilizadas 27 sequências, obtendo-se um total de 17 haplótipos. A espécie L. silvicola de ocorrência no Maranhão alcançou apenas 0,6% de divergência, enquanto L. brasiliense 1,8%. A divergência interespecífica destas variou de 18 a 18,7%. Essas magnitudes de divergência genética evidenciam a formação de duas unidades taxonômicas. As árvores filogenéticas revelaram para os métodos de Maximum Likelihood (ML), Neighbor-Joining (NJ) e Máxima Parcimônia (MP) a formação de dois clados fortemente suportados, um agrupando L. brasiliense e o outro L. silvicola. Destaca-se que L. brasiliense provenientes do cerrado maranhense formou clado fortemente suportado (99NJ/98ML/99MP) com L. brasiliense da Guiana e Belize, sendo que este mesmo padrão foi mantido para L. silvicola do cerrado maranhense e da Guiana (99NJ/99ML/99MP). Nossos resultados evidenciaram a ocorrência de duas espécies do gênero Lophostoma para a área de estudo corroborando os dados morfológicos. Vale ressaltar que o registro dessas espécies na área amostrada é um indício de que apesar da área apresenatr alteração ambiental, ainda é preservada, pois estudos afirmam que estas espécies são sensíveis às alterações, portanto suas presenças servem como referências importantes de qualidade ambiental.

Palavras-chave: Morcego; Gene COI; Cerrado

Financiamento:

FAPEMA, UEMA, CAPES, CNPq e UFPA

Área

Genética