11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

DIVERSIDADE DE MORCEGOS DA ESTAÇAO BIOLOGICA FIOCRUZ MATA ATLANTICA, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Resumo:

A Estação Biológica da Fiocruz Mata Atlântica (EFMA) faz parte da Floresta da Pedra Branca, o maior remanescente florestal urbano do continente e altamente antropizada, constituindo um laboratório natural de pesquisa em biodiversidade e saúde. Apesar disso, a diversidade biológica do local ainda é pouco conhecida quando comparada a outras áreas protegidas do Rio de Janeiro. Esse estudo apresenta a lista atualizada da quiropterofauna da EFMA. As amostragens foram realizadas a partir de dois métodos distintos, o primeiro sendo captura com 10 redes-de-neblina armadas em trilhas, clareiras na vegetação e sobre cursos d’água, que permaneceram abertas por 6h por noite a partir do pôr-do-Sol. Os morcegos capturados foram triados, marcados com coleiras numeradas e soltos no mesmo local de captura. Parte dos espécimes, entretanto, foi coletada para prospecção de patógenos zoonóticos. Também realizamos registros dos chamados de ecolocalização utilizando o gravador EchoMeter Touch 2 (Wildlife Acoustics, Inc.), que permaneceu ativo durante as três primeiras horas da noite a partir do pôr-do-Sol. Os arquivos de som foram tratados no programa Raven Pro 1.6 e a identificação foi feita utilizando os parâmetros bioacústicos descritos na literatura. Foram realizadas 146 noites de amostragem com redes-de-neblina, totalizando um esforço amostral de 236,520 m².h e resultando na captura 558 indivíduos de 25 espécies e três famílias:,Phyllostomidae (95% das capturas; 20 spp.), Vespertilionidae (4,5%; 4 spp.), e Molossidae (0.5%; 1 sp.). Já a amostragem bioacústica resultou em 28 horas de gravação e 193 pulsos registrados de morcegos das famílias Molossidae (129 pulsos; 5 sp.), Emballonuridae (16 pulsos; 2 sp.) e Vespertilionidae (48 pulsos; 5 sp.). Considerando os resultados obtidos por ambos os métodos, atualmente são reconhecidas 39 espécies de morcegos na EFMA das família Emballonuridae, Phyllostomidae, Molossidae e Vespertilionidae, sendo: Peropteryx macrotis, Saccopteryx cf. leptura, Micronycteris microtis, Micronycteris minuta, Desmodus rotundus, Mimon bennettii, Phyllostomus hastatus, Tonatia bidens, Trachops cirrhosus, Anoura caudifer, Anoura geoffroyi, Glossophaga soricina, Lonchophylla peracchii, Carollia brevicauda, Carollia perspicillata, Glyphonycteris sylvestris, Artibeus cinereus, Artibeus fimbriatus, Artibeus lituratus, Artibeus obscurus, Platyrrhinus lineatus, Platyrrhinus recifinus, Sturnira lilium, Sturnira tildae, Vampyressa pusilla, Eumops cf. glaucinus, Molossus molossus, Molossus fluminensis, Nyctinomops laticaudatus, Promops cf. centralis, Eptesicus brasiliensis, Eptesicus diminutus, Histiotus sp., Lasiurus blossevillii, Lasiurus ega, Myotis albescens, Myotis izecksohni, Myotis nigricans e Myotis riparius. Nossos resultados indicam que a EFMA possui uma elevada riqueza de espécies de morcegos, sobretudo quando comparado com os demais remanescentes de Mata Atlântica da região metropolitana do Rio de Janeiro. Esse resultado deve-se, sobretudo, à aplicação de amostragem bioacústicas, já que 25% das espécies foram registradas exclusivamente por esse método.

Financiamento:

CAPES, FAPERJ, CNPq.

Área

Inventário de espécies

Autores

Gabriella Soares, Jonatas A Tavares, Iuri Veríssimo, Beatriz Maria Jorge, Stephany Nardi, Sócrates C Fraga-Neto, Roberto Leonan M Noaves, Ricardo Moratelli