Dados do Trabalho

Título:

QUEM E VOCE NA FILA DA CONSERVAÇAO? NOVA LISTA DE ESPECIES AMEAÇADAS

Resumo:

A Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção foi instituída pela portaria MMA n°444/2014, sendo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) responsável pela análise técnico-científica que embasa sua publicação. O aporte de informações deste processo é realizado no Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (SALVE) por meio de consultas públicas. Essas são consolidadas e analisadas em uma oficina de avaliação e o resultado passa por uma validação antes da publicação da nova lista. Esse trabalho, articulado com diversos colaboradores, é organizado em ciclos de 05 anos, sendo 2022 o último ano do segundo ciclo, iniciado em 2016 e estendido devido à pandemia de COVID-19. O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação dos Mamíferos Carnívoros (ICMBio/CENAP) é responsável por 369 espécies das ordens Carnivora, Artiodactyla, Perissodactyla, Rodentia, Lagomorpha e Didelphimorphia e buscou aprimorar a condução do processo de avaliação, apostando em diferentes iniciativas e estratégias. A equipe dedicada ao processo aumentou e foi implementado o voluntariado online, melhorando a produtividade. Foram incluídas as atualizações taxonômicas, considerando artigos e a lista de mamíferos da Sociedade Brasileira de Mastozoologia (SBMz) e foram avaliadas qualquer espécie que ocorra, mesmo que marginalmente, no Brasil. Assim, o total de espécies saltou de 344 do primeiro ciclo para 369, com 100% das espécies avaliadas em novembro de 2021. Para os carnívoros, avaliados em 2018, uma atualização da metodologia em 2019 obrigou a revisão de 14 espécies, utilizando novas informações como estimativas de atropelamentos e os dados do datapaper “Neotropical Carnivores: a data set on carnivore distribution in the Neotropics”. As espécies de pequenos mamíferos têm menos informações com dados populacionais, o que refletiu na ausência de marsupiais nas categorias de ameaças, salvo uma espécie. A avaliação dos roedores e lagomorfos ocorreu virtualmente, sendo 08 oficinas divididas entre táxons e categorias de ameaça. Os diferenciais para esse grupo, em relação aos marsupiais, foi a utilização de dados espaciais para calcular a perda de habitat, a implementação da modalidade de Consulta de Revisão no SALVE e o formato virtual que viabilizou um maior número de colaboradores nas oficinas. Dois projetos de iniciação científica foram criados para os pequenos mamíferos, sendo um para identificar as lacunas de informação dos roedores e outro para compreender como o processo tem acessado a literatura para os marsupiais. Já foi publicada, por parte da Comissão Nacional de Biodiversidade, uma prévia de atualização parcial da lista de espécies ameaçadas a partir dos táxons já validados e está em desenvolvimento, pelo ICMBio, um website para divulgação das fichas de todas as espécies. Esse panorama evidencia o amadurecimento dessa política pública, apostando em diferentes estratégias, e participar deste congresso é uma maneira de dar transparência do trabalho do CENAP, feedback para a comunidade científica e estimular a participação de cada vez mais pesquisadores no processo de avaliação do estado de conservação da fauna brasileira.

Conservação, Lista Vermelha, Política pública.

Financiamento:

Área

Conservação