11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

DIVERSIDADE DE PEQUENOS MAMIFEROS NAO VOADORES NO INICIO DO SEGUNDO CICLO COMERCIAL DE PLANTIOS DE EUCALIPTO NO SUDESTE DO BRASIL

Resumo:

Estudos em paisagens agrícolas têm mostrado que ambientes antropizados podem ser relevantes para muitas espécies nativas, como pequenos mamíferos. No entanto, o impacto e a adequação desse habitat à vida selvagem ainda são desconhecidos. Dada a extensão dessas áreas, são necessários métodos eficientes de pesquisa para avaliar seu valor ecológico em termos de abundância e aporte à diversidade local. Nesse contexto, nosso principal objetivo foi avaliar os padrões de distribuição e abundância de pequenos mamíferos durante o início do segundo ciclo comercial de 7 anos de plantações de eucalipto no sudeste do Brasil e compará-los com o início do primeiro ciclo. De maio de 2015 a março de 2016, foram realizadas campanhas mensais de amostragem em uma grade amostral com 15 conjuntos de armadilhas de interceptação e queda (pitfall), sendo cinco nas plantações de Eucalyptus spp., cinco em vegetação nativa (fragmentos de transição entre Mata Atlântica / Cerrado) e cinco em pasto abandonado (fragmentos no processo natural de revegetação). Nossos resultados sugerem que as plantações de eucalipto são utilizadas como habitat por parte da assembléia original de pequenos mamíferos ao longo de seus ciclos comerciais. Quatro novas espécies foram detectadas no segundo ciclo, mas três foram detectadas apenas no primeiro. Em ambos os ciclos as plantações de eucalipto apresentaram menor abundância de pequenos mamíferos do que a vegetação nativa e pastagens abandonadas ao redor. Oligoryzomys nigripes (espécie da Mata Atlântica) substitui O. flavescens e Calomys tener (espécie do Cerrado) do primeiro ao segundo ciclo comercial. A riqueza de espécies da matriz paisagística tende a permanecer menor do que a vegetação nativa e pastagens abandonadas no início do segundo ciclo comercial. Assim como no primeiro ciclo, as espécies que utilizam plantios de eucalipto não são afetadas pela distância até o limite das áreas de conservação (ou seja, vegetação nativa e pastagens abandonadas). A abordagem de compartilhamento de terras do setor silvicultural no Brasil aparentemente evitou uma maior extinção local de espécies de pequenos mamíferos em relação a uma antiga matriz de pastagens. Isso fornece um valor de conservação relevante para as paisagens silviculturais locais devido ao papel dos pequenos mamíferos na rede trófica local.

Financiamento:

Área

Ecologia

Autores

Lina Cristina Vásquez, Thiago Simon Marques, Edson Fiedler de Abreu, Ricieri Cioci, Carlos Ignacio Piña, Luciano Martins Verdade