Dados do Trabalho

Título:

DIETA ALIMENTAR DE MARSUPIAIS NA ESTAÇAO EXPERIMENTAL RAFAEL FERNANDES.

Resumo:

O conhecimento sobre a dieta dos marsupiais pode ser importante para entender como esses organismos interagem com o ambiente e como desempenham seus papéis ecológicos de controle biológico, polinização e dispersão de sementes. O objetivo deste estudo foi identificar a dieta de Didelphis albiventris (Lund, 1841), e ver possíveis variações que possam ocorrer de acordo com o sexo e idade. O trabalho de campo foi realizado entre agosto de 2019 e janeiro de 2020 na Fazenda Experimental Rafael Fernandes, situada em Alagoinha, Mossoró – RN (5°03’ 40’’S, 37°23’51’’O, altitude 72 m). Os animais foram capturados em armadilhas, sexados e tiveram sua idade definida com base na erupção dentária. Como costumam defecar no saco de espera na triagem, as fezes foram coletadas diretamente dos sacos. Adicionalmente, as fezes que estavam na armadilha, foram aproveitadas. Após essa coleta, as fezes foram armazenadas em papel laminado com identificação e refrigeradas para evitar sua decomposição e trazidas para o Laboratório de Ecologia e Conservação da Fauna Silvestre – ECOFAUNA. Para a identificação dos itens alimentares foi necessário o auxílio de uma lupa com o aumento de 10x a 40x. O material foi armazenado novamente em tubos contendo álcool 70%. Para cada espécime, foram anotadas a quantidade de itens identificados e a frequência que o item aparece. Por espécie foi anotado a quantidade de vezes que itens aparecem em diferentes indivíduos para obter representatividade dos diferentes itens em nível populacional. Foram analisadas oito amostras de fezes, das quais seis delas eram de machos (um jovem, dois subadultos e três adultos) e duas delas eram de fêmeas (uma subadulta e uma adulta). As Ordens de insetos mais frequentes foram Isoptera com 100%, Hymenoptera com 50% e Coleoptera com 37,5%, logo, não houve diferença na presença destas Ordens como também de aracnídeos entre sexo ou idade. Já para as Ordens Lepidoptera, Squamata e para material de origem vegetal, foi observado diferença entre sexos, já que nenhum dos machos amostrados apresentava esses itens e 50% das fêmeas apresentavam (p<0,05). O presente estudo registrou consumo alto de invertebrados, seguindo de vertebrados e de material de origem vegetal. Apesar disso, estes dados são preliminares por termos um número amostral muito baixo. Pretende-se aumentar o número amostral para realmente elucidar o comportamento alimentar para esta espécie de marsupial de vida livre em ambiente conservado de caatinga. Dessa forma, será possível a avaliação dos padrões de consumo e forrageamento dos indivíduos.
Palavras-chave: Dieta, cassaco ou gambá de orelha branca, Marsupial, Caatinga.

Financiamento:

Área

Ecologia