11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

DEFICITS LINNEANO E WALLACEANO E OS DESAFIOS DE AVALIAR O RISCO DE EXTINÇAO DE MAMIFEROS.

Resumo:

A IUCN concluirá este ano (2022) as reavaliações dos mamíferos mundiais. Esta é a terceira avaliação do grupo, que conta com dados fundamentais para o suporte da Lista Vermelha de espécies ameaçadas. Estes dados são tão importantes que são usados pela Convenção sobre Diversidade Biológica e muitas outras agências e acordos para conservação. Uma preocupação contínua dos Grupos de Especialistas da IUCN é a manutenção da taxonomia atualizada, para garantir que as avaliações da Lista Vermelha sejam abrangentes e que os dados espaciais associados em cada avaliação sejam os mais precisos possível. A taxonomia e as distribuições das espécies estão atreladas uma à outra, no entanto, uma vez que muitas revisões taxonômicas envolvem a divisão ou modificação de distribuições, muitas revisões podem alterar essas avaliações e isso pode ser problemático principalmente para clados que possuem rápidas alterações taxonômicas. No intuito de testar o déficit Linneano quanto Wallaceano usamos as espécies recentemente avaliadas do Grupo de Especialistas em Pequenos Mamíferos da IUCN (SMSG) para comparar as espécies avaliadas da Lista Vermelha atual com uma taxonomia recentemente atualizada. A SMSG é responsável por três ordens (Rodentia, Eulipotyphla e Scandentia) que totalizam 3.089 espécies, cerca de metade de todos os mamíferos do mundo descritos. Comparamos a Lista Vermelha da IUCN com a lista de Mamíferos do Mundo (Illustrated Checklist of the Mammals of the World, 2020). Constatamos diferenças taxonômicas no nível de família, gênero e espécie. Essas diferenças envolvem principalmente novas espécies, sinonímias, divisões, fusões e diferenças nos nomes, mas muitas também envolvem mudanças nas distribuições das espécies. Isso gera tanto um déficit Linneano quanto Wallaceano das informações atualmente contidas na Lista Vermelha de espécies ameaçadas. Os nossos resultados reforçam a necessidade de estreita cooperação entre os Grupos de Especialistas da IUCN e os Taxonomistas e Sistematas mundiais, a fim de reduzir os déficits para o grupo dos mamíferos e focar na manutenção das avaliações periódicas.
Palavras Chaves: Conservação, distribuições, Lista Vermelha, IUCN, extinção, sistemática

Financiamento:

Agradecemos o apoio da IUCN e das nossas instituições, Texas A&M University e Durrell Wildlife Conservation Trust

Área

Conservação

Autores

Thomas Edward Lacher, Rosalind Kennerley