11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

OS SEM FLORESTA, MANEJO DE FAUNA SILVESTRE EM PORTO ALEGRE

Resumo:

O município de Porto Alegre possui fisionomias distintas. Uma zona central com forte urbanização, zona sul com expressiva área rural e uma zona norte com fragmentos de áreas úmidas. O crescimento da urbanização fez com que ambientes naturais fossem suprimidos isolando populações e diminuindo seus habitats naturais. Animais silvestres tiveram que se adaptar a esta nova realidade para conseguir abrigo, alimento e locais para reprodução. Nesta nova realidade Parques, Unidades de Conservação e arborização urbana fornecem elementos necessários a sobrevivência de algumas espécies. A arborização urbana e redes de drenagem pluvial estão servindo de corredores para estes animais, ligando áreas mais naturais, margens de cursos d’água e áreas verdes da cidade. A presença de animais silvestres na cidade pode gerar conflitos, especialmente quando há pouco conhecimento sobre as espécies. Para minimizar estes conflitos ações educativas são de suma importância tanto na modalidade formal como através das ações de manejo e atendimento a estes animais. A ocasião de atendimento aos animais, além de ser a atividade fim do setor de fauna, também repassa importantes informações sobre as espécies, estas informações são compartilhadas pela família, amigos e vizinhos do local onde o manejo foi realizado. O objetivo deste trabalho é apresentar as espécies ocorrentes no ambiente urbano e os principais conflitos envolvendo animais e urbanização em um período de 15 anos de existência do setor de fauna silvestre. O conflito chega ao Setor de Fauna Silvestre de Porto Alegre via telefone ou sistema 156 de atendimento. O setor cataloga o pedido com dados sobre a ocorrência como espécie, zona da cidade, data e tipo de conflito. Caso seja necessário a equipe vai até o local para realizar manejo do animal. Este manejo vai desde a orientação do cidadão quanto a espécie, liberação do animal adentrado, relocação para outra área ou recolhimento para atendimento médico veterinário e posterior destinação. No momento do atendimento, é fornecido ao cidadão as informações sobre a espécie e material educativo. Também é elaborado texto sobre a ação enfocando as caraterísticas da espécie e repassado a imprensa para que se atinja o maior número de pessoas. Para o município de Porto Alegre foram descritas 41 espécies de mamíferos em levantamento recente em Unidade de Conservação. Mamíferos representam 50% dos atendimentos do setor de fauna registrando 18 espécies atendidas. Deste percentual, 45,9% são Didelphis albiventris, 46% são quirópteros e 8,2% demais espécies. Estes dois grupos são animais de alta sinantropia, conseguem refúgio e alimento nas áreas urbanas onde convivem dentro de habitações humanas. Outras espécies menos comuns e de hábitos florestais tem adentrado a área urbana pois encontram alimento como insetos, roedores, resíduos urbanos e frutas da arborização. Conflitos como eletrocussões, atropelamentos, ataque de cães, animais acuados em locais impróprios são as situações mais encontradas. O município registra em área urbana espécies ameaçadas como o Alouatta guariba clamitans e espécies exóticas invasoras como o Axis axis e Sus scrofa.

Financiamento:

Área

Conservação

Autores

Soraya Ribeiro, Jamila Carvalho Pereira, Nassara Belling Melo, Bianca Aveline, Giane Peres Azambuja