11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

DIVERSIDADE CARIOTIPICA DOS RATOS-DE-ESPINHO ARBORICOLAS BRASILEIROS (ECHIMYIDAE: RODENTIA) E SUA CONGRUENCIA COM A FILOGENIA MOLECULAR.

Resumo:

Palavras chaves: Variação cromossômica, análise molecular, taxonomia
Echimyidae, somando 100 espécies distribuídas em 23 gêneros, são roedores distribuídos por toda região Neotropical, comumente conhecidos como ratos-de-espinho pela textura espinhosa da pelagem da maioria de suas espécies. Suas relações filogenéticas são de difícil recuperação por causa da sua alta frequência de homoplasia, rápida radiação e saturação dos marcadores moleculares frequentemente mais utilizados, havendo até hoje rearranjos taxonômicos a nível do gênero, descrição e revalidação de espécies. Courcelle e colaboradores (2019) propuseram uma hipótese de reconstrução filogenética para Echimyidae com base em dados genômicos, que recuperou um clado nomeado como tribo Echimyini, composto por gêneros de hábitos arborícolas, entre os quais há o subclado dos de ratos-de-bambu: Dactylomys, ocorrendo no bioma Amazônico e no leste do Cerrado brasileiro; Ollalamys, ocorrendo nas florestas do norte dos Andes na Colômbia e Venezuela; e Kannabateomys, que ocorre no bioma da Mata Atlântica do Espírito Santo ao Rio Grande do Sul. Sendo os dois primeiros táxons irmãos e o último um grupo irmão desses dois. O objetivo desse projeto é compilar os cariótipos dessas espécies arborícolas brasileiras, com foco nas espécies de ratos-de-bambu, a fim de estudar os padrões cromossômicos deste grupo e investigar se esse caráter evolui em congruência com os caracteres moleculares proposto por Courcelle et al.2019. O método deste trabalho consiste em pesquisar os cariótipos publicados em Echimyidae e analisá-los comparavelmente, verificando se há congruência com os dados moleculares. Dentro desse grupo, foram encontrados estudos citogenéticos para um total de 22 espécies. Os resultados prévios apontam expressiva diversidade no número diploide (2n) e número fundamental (FN) das espécies arborícolas, variando de 2n=22 e FN=38 em Isothrix pagurus a 2n=98 e FN=126 em Kannabateomys amblyonyx. K. amblyonyx e Dactylomys dactylinus (2n=94 e FN=134) possuem os maiores valores de número diploide dentre os equimídeos arborícolas. De acordo com a filogenia molecular, as espécies de Phyllomys e Makalata estão mais aparentadas aos ratos-de-bambu, enquanto as espécies de Mesomys e Isothrix estão mais distantes em parentesco. Quando os valores de 2n são mapeados na filogenia, percebe-se que os valores numéricos de 2n seguem um padrão congruente com a filogenia, uma vez que as espécies do gênero Phyllomys (2n=50, 56, 72, 80, 92, e 96) e de Makalata (2n=64, 66, 68, 70, 72 e 76), apresentam valores de 2n numericamente mais próximos daqueles observados em D. dactylinus (2n=94) e K. amblyonyx (2n=98), do que naqueles observados para Mesomys stimulax (2n=60) e Isothrix pagurus (2n=22). Estes resultados evidenciam congruência entre a evolução dos caracteres cromossômicos e moleculares.

Financiamento:

Área

Outros

Autores

BEATRIZ MOUTINHO OLIVEIRA, William Corrêa Tavares, Leila Maria Pessoa