11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título:

RIQUEZA E PADRAO DE ATIVIDADE DE XENARTHRAS NA AMAZONIA BRASILEIRA

Resumo:

A Floresta Amazônica compreende uma das mais ricas biodiversidades do planeta, mas vem sofrendo com o constante risco de degradação. Entre seus habitantes está a magna Ordem dos Xenarthras, que inclui os tatus (Ordem Cingulata), preguiças e tamanduás (Ordem Pilosa). Essas espécies possuem morfologia e fisiologia peculiares, e algumas delas correm risco de extinção. Apesar da importância do grupo, os estudos sobre estes animais em florestas contínuas ainda são escassos. O objetivo deste trabalho foi estudar as espécies de Xenarthras e seus padrões de atividade através de anos de levantamentos com câmeras traps, e assim obter informações sobre a ecologia básica dessas espécies na Floresta Amazônica brasileira. Cinco áreas protegidas inseridas no Bioma Amazônico foram contempladas pelo Protocolo TEAM de monitoramento de fauna. As imagens utilizadas foram obtidas entre os anos de 2015 a 2019, totalizando 4.044 registros independentes de Xenarthras, obtidos a partir de um esforço amostral de 57.805 dias/câmeras traps. Através destes dados, foi possível descrever a riqueza de espécies de Xenarthras, a taxa de detecção, a proporção de registros e o padrão de atividade das espécies identificadas. Registros com intervalos de uma hora foram considerados eventos independentes. O padrão de atividade foi obtido através do pacote “Overlap” em ambiente R. Espécies ameaçadas de extinção estiveram presentes em todos os locais pesquisados e um total de sete espécies foram identificadas. As áreas de estudo foram predominantemente de vegetação primária, fornecendo informações sobre populações de Xenarthras em áreas de floresta contínuas bem preservadas, representando um dos conjuntos de dados mais importantes para a Ordem na Amazônia. Os dados foram obtidos de espécies em risco de extinção, como Priodontes maximus, e espécies raramente vistas na região, como Cabassous unicinctus. A diferença de taxa de detecção entre as áreas pode sugerir preferências de habitat e estudos aprofundados devem ser conduzidos. Os padrões de atividade encontrados foram semelhantes aos encontrados para outros Biomas, com exceção do Myrmecophaga tridactyla, que apresentou atividade diurna bem marcada. Sabe-se que algumas espécies de Xenarthras podem alterar seu padrão de atividade diante da temperatura e das ameaças. Conhecer essa característica ecológica pode contribuir para um melhor entendimento de como esses animais ocupam a Floresta e podem responder a diferentes alterações na paisagem na região. Neste estudo, um número relevante de registros de Xenarthras foi analisado, fornecendo conhecimentos básicos sobre a ecologia dessas espécies no Bioma Amazônia. Palavras-chave: Pilosa, Cingulata, tatus, tamanduás, câmeras traps, TEAM.

Financiamento:

Área

Conservação

Autores

MAIRA PRESTES MARGARIDO, Elildo A.R. Carvalho Jr , Whaldener Endo, Alexandre Martins Costa Lopes, Flavia Regina Miranda