11º Congresso Brasileiro de Mastozoologia e 11º Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros

Dados do Trabalho


Título do Simpósio:

ECOLOGIA SENSORIAL DE MAMIFEROS

Resumo Geral do Simpósio:

A ecologia sensorial é uma disciplina relativamente nova, tendo sido formalizada no início da década de 90 pela fusão da ecologia com a fisiologia sensorial. Os principais interesses da ecologia sensorial envolvem compreender quais informações estão disponíveis no ambiente, como o ambiente modifica essas informações, e como essas informações modificadas são captadas pelos mais variados sistemas sensoriais existentes. Neste simpósio, procuraremos abordar algumas das informações ambientais que podem ser utilizadas por primatas, morcegos e roedores para sua alimentação, reprodução e fuga de predadores. Além de comentarmos sobre as adaptações sensoriais de alguns desses animais, evidenciaremos como essa troca de informações entre animais é influenciada pelas características do meio ambiente físico e como esse conhecimento pode ser utilizado para fomentar estratégias de conservação.

Nome do Palestrante 1 e Coordenador / Título da Fala / Resumo

Daniel Marques Almeida Pessoa / Ecologia sensorial da percepção alimentar em saguis do Cerrado e da Caatinga / Saguis-comuns, assim como os demais calitriquídeos, apresentam um polimorfismo da visão de cores no qual 100% dos machos (hemizigose) e 33% das fêmeas (homozigose) expressam uma visão de cores dicromata, similar à apresentada por humanos daltônicos. Em contrapartida, as demais fêmeas (heterozigose) exibem uma visão de cores tricromata, similar à encontrada em humanos de visão de cores normal. Discutirei como esse polimorfismo visual pode influenciar a detecção de frutos e insetos crípticos e conspícuos, com ênfase em estudos desenvolvidos em animais do Cerrado e da Caatinga.

Nome do Palestrante 2 / Título da Fala / Resumo

Selene Siqueira da Cunha Nogueira / A comunicação e sua importância para a conservação e compreensão de mecanismos sociais em mamíferos / A bioacústica é uma ferramenta eficiente tanto para o monitoramento de espécies em vida livre, bem como para compreender sobre os mecanismos adaptativos da vida em sociedade. Neste simpósio, pretendo abordar tais aspectos mostrando resultados sobre o uso de vocalizações de mocó (Kerodon rupestris) como indicadores ecológicos para conservação da espécie na Caatinga e o uso de comunicação multissensorial na dinâmica de hierarquia de dominância em Tayassu pecari.

Nome do Palestrante 3 / Título da Fala / Resumo

Zelinda Maria Braga Hirano / Aspectos da comunicação química e visual de Alouatta guariba clamitans / Animais da subespécie Alouatta guariba clamitans (bugios) são tricromatas visuais e apresentam dimorfismo sexual com dicromatismo onde os machos são ruivos e as fêmeas e infantes são castanhos avermelhado. O dicromatismo nesta subespécie é dado pela capacidade de auto coloração. Os bugios liberam na epiderme uma secreção colorida que tinge o pelo dos machos, esta secreção serve também para marcação de substrato na floresta, o que parece estar diretamente ligado ao mecanismo de comunicação visual e odorífera. Alguns aspectos deste mecanismo de comunicação têm sido estudados e serão aqui apresentados.

Nome do Palestrante 4 / Título da Fala / Resumo

Kleytone Alves Pereira / Ecologia visual de morcegos: do que se reflete ao que se enxerga / No conhecimento popular é amplamente difundida a informação de que morcegos são cegos, o que não é verdade. Sabemos hoje que os morcegos enxergam muito bem e, mais que isso, sabemos que enxergam cores! Eles, como outros mamíferos de hábitos noturnos, possuem também a capacidade de distinguir cores no espectro do ultravioleta e essa pode ser uma característica importantíssima para a sua sobrevivência em horários do dia com baixa incidência luminosa. Mas quais são as implicações desse aspecto comportamental na interação com o ambiente? E nas interações sociossexuais? Vamos conhecer um pouco dessas implicações à luz da ciência.

Nome do Palestrante 5 / Título da Fala / Resumo

Pedro Zurvâino Palmeira Melo Rosa de Moraes / O efeito da direção do olhar e do contorno do corpo na detecção de predadores por primatas / A visão de cores em primatas evoluiu de uma condição dicromata para uma condição tricromata possivelmente a partir de vantagens desta última na detecção de itens alimentares coloridos, na sinalização coespecífica e na detecção de predadores. Experimentos já demonstraram que tricromatas performam melhor que dicromatas em tarefas de detecção de potenciais predadores nos mais variados contextos, como em diferentes cenários de fundo, em diferentes distâncias de detecção e encontrando predadores com diferentes colorações de pelagem. Neste trabalho, nós aprofundamos estas análises ao investigarmos como a detecção de predadores por tricromatas e dicromatas pode ser influenciada pela direção do olhar do predador e pelo contorno de seu corpo.

Nome do Palestrante 6 / Título da Fala / Resumo

Área

Etologia/Bem-estar animal

Autores

Daniel Marques Almeida Pessoa, Selene Siqueira Cunha Nogueira, Zelinda Maria Braga Hirano, Kleytone Alves Pereira, Pedro Zurvâino Palmeira Melo Rosa de Moraes